A Diretoria Nacional do ANDES-SN vem a público se solidarizar com o Professor Dr. Alain Pascal Kaly, vítima de racismo e xenofobia em seu ambiente e horário de trabalho. Lotado no Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o docente senegalês radicado no Brasil há quase três décadas, sofreu ataques racistas de discentes durante atividade acadêmica do Curso de História, em junho de 2019. Caso este que se traduziu em ação interna de apuração. A luta por justiça encampada pela ação de movimentos negros da UFRRJ, com destaque ao Coletivo Unidade Preta Alice Bruno (UPAB), discentes do curso de História e de docentes colegas de Alain Pascal Kaly fez com que a administração central da UFRRJ iniciasse o processo de investigação das denúncias e possíveis crimes praticados contra o professor. No entanto, passado quase um ano da abertura do caso, constatamos uma equivocada condução por parte da reitoria, ignorando a conclusão de Processo Disciplinar Discente, que determinou que havia elementos para que as medidas punitivas do Código de Conduta Discente da UFRRJ fossem aplicadas.
Uma nota de repúdio intitulada “Não consigo respirar’: Nota de repúdio ao racismo institucional na UFRRJ”, lançada em junho deste ano e assinada por mais de 100 coletivos (de comunidades acadêmicas e movimentos sociais) de várias partes do Brasil e do mundo, além das mais de 250 assinaturas individuais, destacou com perplexidade tal situação.
O ANDES-SN em sua atuação de combate ao racismo, à xenofobia e todas as formas de opressões que se manifestam no seio da classe trabalhadora, se solidariza ao professor Alain Pascal Kaly que, em exercício de suas funções como servidor público docente, foi vítima de uma sistuação que se sustenta dada as marcas históricas escravocratas e coloniais da sociedade brasileira. Num momento em que o mundo se reorganiza para combater diferentes formas de racismo, a Diretoria Nacional do ANDES-SN se soma à luta antirracista na UFRRJ para exigir respostas e medidas contundentes contra quem agrediu de uma só vez o Professor Dr. Alain Pascal Kaly, todo legado africano e a memória de quem sustenta dia a dia a vida na Baixada Fluminense.
Racistas, não passarão!
Xenófobos, não passarão!
Brasília(DF), 21 de julho de 2020.
Diretoria Nacional do ANDES-SN