Na última segunda-feira (23), o Ministério da Educação (MEC), desrespeitando a comunidade universitária da Universidade Federal de Sergipe (UFS), nomeou para o cargo de reitora pro tempore a professora Liliádia da Silva Oliveira Barreto.
Como era esperado, entidades e movimentos comprometidos com a defesa da autonomia universitária e os princípios democráticos têm declarado o seu repúdio a essa nomeação. O processo de escolha do(a) novo(a) reitor(a) da universidade, desde a definição da lista tríplice, tem recebido críticas de estudantes, trabalhadore(a)s técnico(a)-administrativo(a)s e docentes, por desconsiderar a tradição democrática da UFS. A lista foi indicada em um “Colégio Eleitoral Especial”, reunido virtualmente em 15 de julho do presente ano, sem respeitar os necessários trâmites da consulta pública.
Diante desse cenário, as entidades representativas da comunidade universitária se mobilizaram, inclusive judicialmente, para fazer valer a democracia interna. Aproveitando-se disso, o governo Bolsonaro, por meio do MEC, decidiu intervir na Universidade, nomeando uma reitora em qualidade pro tempore, a exemplo do que fez em outras universidades, onde também tem desrespeitado as decisões democráticas das comunidades universitárias.
O ANDES-SN expressa a sua solidariedade à comunidade da UFS e declara o seu repúdio a mais essa ação arbitrária do governo de Jair Bolsonaro. Este Sindicato Nacional compreende que a escalada antidemocrática sobre as universidades está alicerçada em um projeto autoritário e subserviente para o Brasil, que visa atacar os direitos conquistados pela classe trabalhadora e o aprofundamento do caráter dependente da economia do país. Para esse projeto, o governo busca intimidar a educação e a ciência, para impor o seu desejo autoritário, dependente e de caráter excludente e preconceituoso contra mulheres, negros e negras e LGBT.
Assim, o Sindicato Nacional reafirma o seu lugar ao lado da luta do(a)s docentes, técnico(a)-administrativo(a)s e estudantes da UFS, assim como demais entidades comprometidas com a democracia, e conclama a categoria docente a repudiar mais esse passo autoritário da gestão Bolsonaro.
Em defesa da autonomia universitária
Não à intervenção da UFS
Brasília (DF), 25 de novembro de 2020
Diretoria Nacional do ANDES-SN