Na quinta-feira (30/04), mais dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Adão do Prado (59) e Airton Luis Rodrigues da Silva (56) foram assassinados. O crime ocorreu no assentamento Santa Rita de Cássia II, localizado em Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre (RS).
O assassinato dos companheiros Adão e Airton faz parte dos crimes vinculados aos conflitos agrários no Brasil, que tem aumentado desde a posse do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, em 2019. Neste ano foram cometidos 32 assassinatos em todas as regiões do país, correspondendo a um aumento de 14% em relação ao ano anterior, conforme divulgação do Caderno Conflitos no Campo de 2019, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). São grupos criminosos que cometem a violência no campo atuando na certeza da impunidade, pois o mesmo documento denuncia que no período de 1985 a 2019 dos 1.496 casos envolvendo 1.973 vítimas assassinadas no campo apenas 120 foram julgados com a condenação de apenas 35 mandantes e 106 executantes.
O ANDES-SN se solidariza e apoia a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por Reforma Agrária e combate a grande escalada do latifúndio, que fez e faz apropriação indevida de terras públicas (solo e subsolo) no país. Além de promover o aumento da violência, terror e ameaça no campo, que no momento se agrava mais com o apoio do Presidente da República, que não defende a vida nem no contexto da pandemia do coronavírus.
O ANDES-SN atua na defesa dos direitos humanos e sociais e repudia esse duplo assassinato, manifestando total solidariedade aos familiares de Adão e Airton e exigindo investigação das causas e punição dos culpados por esses assassinatos e julgamento dos executores e mandantes do crime.
Basta de Bolsonaro/Mourão!
Brasília(DF), 5 de maio de 2020
Diretoria Nacional do ANDES-SN