NOTA DA DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN DE REPÚDIO ÀS AGRESSÕES SOFRIDAS POR ESTUDANTES, TÉCNICO(A)S E DOCENTES DA UFCG NO MOMENTO DA VISITA DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO

O governo Bolsonaro nomeou 23 interventore(a)s para as Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil. A Universidade Federal de Campina desde fevereiro último tem como Reitor e Vice-Reitor, respectivamente, os biônicos Antonio Fernandes e Mário Eduardo, que na consulta eleitoral realizada em novembro do ano passado, ficaram em último lugar e mesmo assim foram nomeados pelo genocida-mor. Desde então vêm desempenhado à risca o grotesco papel de propagadores de ódio e do obscurantismo da atual conjuntura, que acabou também facilitando, no campo educacional, medidas que estão inviabilizando o funcionamento das instituições, como por exemplo, os brutais cortes do já minguado orçamento das IFES. Por sua vez, a reação dos interventores ocupantes dos cargos de reitor e vice-reitor da UFCG tem seguido um duplo movimento: de um lado a cooptação de setores dóceis e, de outro, a intensificação da vigilância e perseguição aos setores mais combativos.

Uma boa parte da comunidade universitária tem buscado resistir de todas as maneiras possíveis a esse duro momento. Apesar das restrições que a pandemia tem imposto às mobilizações e lutas coletivas, as entidades organizaram manifestações públicas, atos simbólicos, campanhas nas redes sociais, etc. Foi o que ocorreu no último dia 02 de dezembro, quando um grupo de docentes, discentes e técnico(a)-administrativo(a)s, por meio da ADUFCG Seção Sindical do ANDES-SN e DCE, programou um ato de protesto contra a indesejada presença do Ministro da Educação Milton Ribeiro, em solenidade de inauguração de um equipamento no interior do campus central da UFCG, na cidade de Campina Grande. Uma mega operação de “segurança” foi montada pela administração ilegítima, que contou com a Polícia Federal, Guardas de Trânsito e um contingente significativo da Guarda Patrimonial, essa última transformada, na prática, em força policial, num claro desvio de função imoral e ilegal. Tudo isso com o intuito deliberado de intimidar a quem ousasse desafinar o coro do(a)s colaboradore(a)s e apoiadore(a)s dos interventores.

Mesmo assim, o(a)s manifestantes não se deixaram levar pelo medo. Logo após um ato relâmpago na frente do portão principal da instituição, se dirigiram ao exato local de realização da patética solenidade (convém lembrar que o prédio “inaugurado” já estava pronto havia tempo), com faixas, cartazes e palavras de ordem, com o objetivo de exercer o legítimo e democrático direito de protesto. O que veio em seguida quase se transformou em uma tragédia de proporções inimaginável: as pessoas que protestavam, além de terem sido arbitrariamente impedidas de entrar no recinto, foram brutalmente agredidas pela tropa de choque de prontidão.

Esse fato, embora não seja isolado, é particularmente grave e como tal precisa ser amplamente conhecido e denunciado pelo movimento docente e a sociedade brasileira. É preciso que a comunidade universitária dê uma resposta contundente ao ocorrido, em termos políticos, jurídicos e administrativos, sob pena de, assim não procedendo, contribuir para naturalizar o arbítrio.

Diante do exposto, o ANDES-SN vem a público denunciar, veementemente, mais um ato repressivo que viola a autonomia universitária e o legítimo e democrático direito de manifestação, ao tempo em que conclama os movimentos sindical, popular e estudantil a prestar a mais irrestrita solidariedade à comunidade universitário da UFCG.

Fora Bolsonaro-Mourão!

Não às intervenções nas IFES!

Fora Ministro da Eeducação Pastor Milton Ribeiro!

Pelas liberdades democráticas, direito de manifestação, autonomia e democracia nas IFES, IES, Institutos e Cefet!

Brasília(DF), 7 de dezembro de 2021

Diretoria Nacional do ANDES-Sindicato Nacional

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