NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN EM REPÚDIO À ESCALADA DE VIOLÊNCIA E O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO NO RIO DE JANEIRO
ANDES-SN vem a público manifestar seu repúdio à política de (in)segurança pública praticada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), bem como a lógica de segurança privada patrimonial. Em cerca de 40 dias, o estado do Rio de Janeiro contabiliza mais de 45 mortos em incursões policiais efetuadas em favelas. Em meio a procedimentos já experimentados em momentos passados, avolumam-se os níveis de crueldade, celebrados pelo atual governador fluminense, Wilson Witzel, que felicitou a operação criminosa ocorrida nos morros do Fallet, Fogueteiro e São Carlos. Nesta chacina promovida pela PMERJ, ao menos 15 pessoas foram brutalmente assassinadas, ora em matas fechadas, ora em casas de moradores invadidas e transformadas em verdadeiros centros de tortura e abate. Na mesma semana, em Nova Iguaçu e região, cerca de 10 pessoas foram assassinadas em favelas e comunidades dominadas por forças não estatais. No dia em que completaram 11 meses da execução, ainda sem respostas, da Vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, um jovem, negro, de 19 anos foi assassinado asfixiado pelas mãos do segurança patrimonial do hipermercado Extra, tendo como justificativa uma suposta tentativa de roubo da arma do segurança. Ainda que o jovem não tenha esboçado reação, mesmo com os apelos das pessoas que acompanham a ação, a imobilização seguiu até provocar duas paradas cardíacas sem possibilidade de reanimação. Este caso provocou comoção nacional e diversos atos foram realizados, no domingo dia 17, em unidades do Extra em diferentes cidades, denunciando o genocídio da população negra, traduzida na lógica da segurança pública e privada. Há de se ressaltar que o executivo e figuras do legislativo fluminense tem apoiado as forças que promovem uma verdadeira guerra à população mais empobrecida, negra e periférica do estado do Rio de Janeiro. O ANDES-SN se solidariza com os movimentos sociais desses territórios, e se coloca ao lado para construir políticas de enfrentamento à militarização da vida social fluminense e ao combate do genocídio da população negra.
#VidasNegrasImportam
#VidasPeriféricasImportam
Brasília(DF), 20 de Fevereiro de 2019.
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional