O 38º Congresso do ANDES-SN, na noite de sábado (2), aprovou por esmagadora maioria a paridade de gênero para a diretoria do Sindicato Nacional. Houve mais de 50 solicitações de inscrição para o debate. Com essa decisão histórica, o ANDES-SN institui um mecanismo que fortalece a participação de mulheres nos espaços de decisão e de direção.
Primeiro, foi aprovada a paridade de gênero na composição da diretoria do Sindicato Nacional. Em seguida, procedeu-se a votação de que forma se dará a paridade. Aprovou-se que, no mínimo, seis mulheres deverão ocupar os 11 cargos do bloco nacional da presidência, secretaria e tesouraria. Entre as 72 pessoas das direções regionais, deverá haver no mínimo 36 mulheres, somando todas as regionais. Também deverá haver no mínimo 50% de mulheres em todas e em cada uma das vice-presidências regionais (1ª e 2ª vice-presidências regionais).
Durante a discussão, foi lembrado que há um grande número de mulheres na categoria docente e também entre os delegados do 38º Congresso. No entanto, a presença feminina habitualmente não é representada na composição da direção do sindicato. Também foi ressaltado que a paridade ganha ainda mais importância em meio às medidas e declarações do governo federal, que ataca o direito das mulheres.
Qelli Rocha, 1ª vice-presidente do ANDES-SN, lembrou em sua intervenção, a importância da paridade. “A mulher, quando faz política, é sempre desqualificada. O que as mulheres querem com a paridade é isonomia. Não é uma política de cotas porque as realidades regionais são distintas e estamos pensando em uma política de representação”, disse, citando que a luta das mulheres está revertendo a ideia de que cabe às mulheres apenas os espaços domésticos.
O debate foi marcado por momentos de grande emoção. Docentes de diferentes idades, seções sindicais e tempo de militância defenderam a aprovação da resolução. Citaram as dificuldades na militância por conta do gênero e ressaltaram a importância da decisão da política de paridade de gênero.
Lembraram a presença de mulheres em lutas históricas da classe trabalhadora de todo o mundo. Cantaram a canção Maria, Maria como um hino à resistência feminina e à luta das mulheres. Ressaltaram que diversas seções sindicais já adotam medidas semelhantes. Gritaram “Marielle, presente!”. E celebraram a aprovação da resolução com abraços e lágrimas.