Cumprindo a deliberação do 41º Congresso do ANDES-SN, que ocorreu em fevereiro na cidade de Rio Branco (AC), o Sindicato Nacional doou na segunda-feira (6) R$ 200 mil para o socorro emergencial de indígenas Yanomami em Roraima. A doação, feita por intermédio da Hutukara Associação Yanomami (HAY), tem como objetivo auxiliar na promoção das medidas necessárias à reparação dos danos sofridos e à redução dos efeitos da crise sanitária e humanitária decorrente das omissões e ações do governo genocida de Jair Bolsonaro (PL).
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combate à desassistência sanitária e nutricional dos povos que vivem no território indígena. Dados de 2022, divulgados pelo Ministério dos Povos Indígenas, revelam que só no ano passado 99 crianças Yanomami morreram em função do avanço do garimpo ilegal na região.
Uma comitiva foi formada com a participação da presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, Ana Lúcia Gomes, 1ª tesoureira da Regional Norte I do Sindicato Nacional, Maria José dos Santos, 2º tesoureira da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Roraima (Sinduerr SSind.), Roberto Câmara, presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf-RR SSind.) e Paulo Maroti, secretário da Sesduf-RR SSind. Também estiveram presentes na entrega da doação representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Além da doação, a comitiva ainda realizou reuniões com outras entidades de proteção aos povos originários para definir a forma como esse valor será aplicado. Outro ponto levado à discussão pelo Sindicato Nacional foi a necessidade de apoio político às lutas dos povos indígenas, tema amplamente debatido no 41º Congresso da categoria docente.
A presidenta do ANDES-SN reforçou que a entidade segue o compromisso de luta, com parceria combativa com as lideranças indígenas e na articulação em defesa da preservação e da dignidade dos povos originários do Brasil.
"Foi extremamente importante ouvir das lideranças indígenas a situação dos povos Yanomamis, que carregam o descaso do poder público, do genocídio programado, que faz com que hoje essa população tenha condições desumanas de vida e de sobrevivência”, disse Rivânia Moura.
Ela pontuou a importância das demandas relacionadas à saúde da população indígena, por medicação, por um hospital de emergência e por mais profissionais. “E o mais urgente que é o fim do garimpo nas terras indígenas e a imediata retirada dos garimpeiros dessas terras, que têm cometido inúmeros crimes contra os indígenas", afirmou.