Docentes de 52 universidades do Peru estão em greve há quase dois meses em luta por direitos e salários, recomposição orçamentária, autonomia universitária, carreira estruturada e aposentadoria digna, entre outras reivindicações. Nessa quinta-feira (23), a categoria participou do Dia de Paralisação Nacional da Educação.
O movimento paredista, iniciado em 26 de setembro, tem sido marcado pela realização de dezenas de manifestações pelo país, para pressionar o reacionário governo de Dina Boluarte a avanças nas negociações em torno da pauta defendida pelas professoras e pelos professores. A mobilização já conquistou a promessa do orçamento das universidades do Congresso Nacional do Peru. No entanto, a presidenta e seu ministério da Educação mantiveram uma postura de desqualificar o movimento grevista e não avançar em negociações.
Graciela Alvarado, secretária-geral da Federação Nacional de Docentes Universitários do Peru (Fendup), declarou, em entrevista à Rádio Exitosa, que até o momento não há nenhuma solução, pois as reuniões com representantes do governo não avançam. “Não reconhecem a dívida social que têm com os e as docentes universitários”, afirmou. Em mensagem direta à presidenta do Peru, Graciela lembrou que os e as docentes das universidades públicas são responsáveis pela formação dos e das profissionais que irão contribuir para o desenvolvimento do Peru. “Invista na Educação, presidenta”, cobrou.
Em nota de apoio aos professores e às professoras do Peru, a diretoria do ANDES-SN lembrou que a situação pela qual passam docentes peruanos é muito parecida com aquela pela qual vivenciada a categoria das Instituições Federais de Ensino no Brasil, na Campanha Salarial 2024. “Também enfrentamos mesas de negociações que “nunca chegam a nada”. Não é uma coincidência que o movimento peruano defenda bandeiras parecidas com aquelas defendidas por nós. O projeto do capital para a educação é internacional e, por isso, cria os mesmos desafios para o movimento docente internacional enfrentar”, afirma.
“Em situações de luta como aquela enfrentada pela(o)s trabalhadora(e)s da educação no Peru, a solidariedade internacional é importante. Por isso, o ANDES-SN manifesta sua solidariedade e seu apoio ao movimento paredista de docentes universitários no Peru”, acrescenta a nota. Leia aqui.