O ANDES-SN manifesta seu repúdio à decisão da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Universidade de São Paulo (USP), apoiada pela Reitoria, de reduzir até 68% a frequência das e dos estudantes, no segundo semestre de 2023, que estão em greve desde o dia 21 de setembro. O Sindicato Nacional apoia o movimento grevista que busca, entre outras reivindicações, a reposição imediata de docentes e avanços na política de permanência estudantil. “Reconhecemos e defendemos a greve como legítimo direito e instrumento na luta estudantil e sindical, e repudiamos qualquer ação que vise reprimir ou criminalizar os que exercem esse direito”, afirma nota divulgada nessa sexta-feira (27/10).
A Diretoria do ANDES-SN destaca que em vez de levar em conta as legítimas demandas da comunidade estudantil, a Reitoria da USP decidiu realizar uma ação de caráter punitivo e retaliativo ao movimento estudantil em luta, que tem sérias consequências: além da reprovação, afeta a própria permanência com a possibilidade de perda de bolsas e comprometimento da trajetória acadêmica. “Manifestações e greves são direitos fundamentais, de dimensão coletiva, que promovem a defesa de demandas junto aos órgãos decisórios. São instrumentos legítimos e históricos de luta”, protesta a nota.
De acordo com o ANDES-SN, a greve trouxe alguns avanços nas demandas do movimento estudantil, uma vez que a USP conta com um déficit de mais de 1000 docentes, com redução de 17,56% do seu quadro desde 2014, ao mesmo tempo em que aumentou a oferta de vagas para estudantes, cursos e a produção científica. “O movimento estudantil fez com que a Reitoria da USP recuasse e, além da contratação de 879 docentes, anunciou mais 148 vagas, totalizando 1047 contratações. Além disso, as contratações que seriam feitas até 2025 podem ser antecipadas, a critério das unidades. Embora as e os estudantes tenham conquistado avanços na negociação, não houve garantia do ‘gatilho automático’ que reporia automaticamente as vagas oriundas de falecimentos, aposentadorias ou exonerações”, informa.
A Diretoria do Sindicato Nacional reafirma seu compromisso com a luta das e dos estudantes da USP e se solidariza com o Diretório Central dos Estudantes (DCE-Livre) “Alexandre Vannucchi Leme” em sua reivindicação pela revogação da medida. O ANDES-SN também apoia a Diretoria da Adusp em sua solicitação de que a Circular 5/2023, que resultaria em reprovação massiva de estudantes, seja revogada. “Ações como essa, que visam questionar a legitimidade da greve e punir os que lutam, se constituem em grave precedente e não podem ser toleradas”.