No dia 2 de setembro, a Universidad de las Madres de Plaza de Mayo (UNMa), na Argentina, foi alvo de uma intervenção policial. Por ordens do governo de extrema direita de Javier Milei e do interventor por ele indicado, o prédio da instituição foi cercado pela polícia federal, que impediu o acesso de docentes, técnicos e técnicas e estudantes.
A UNMa possui cinco cursos de graduação, 2.200 estudantes, 252 docentes e 91 técnicos e técnicas. Desde o início de sua gestão, Milei vem efetivando uma política de desfinanciamento, com o objetivo de inviabilizar o funcionamento da universidade. No dia 25 de julho, o presidente argentino nomeou Eduardo Maurizzio, um interventor para a assumir a gestão da UNMa, desrespeitando a autonomia universitária.
Em nota, a UNMa ressaltou que a intervenção do governo de Milei demonstrou, mais uma vez, que sua única intenção é impedir o funcionamento normal da universidade. “Com o esforço de toda a comunidade, conseguimos evitar que a UNMa feche suas portas e continue com suas atividades como até agora. A presença policial na universidade é um fato inédito na democracia, que nos lembra os momentos mais sombrios da nossa história”, destacou a instituição.
Para o ANDES-SN, a UNMa cumpre um papel fundamental na luta por Memória, Verdade, Justiça e Reparação, além de ser um pilar importante para a difusão do conhecimento em direitos humanos. O sindicato alerta que, com a intervenção policial na UNMa, Milei reaviva uma penosa herança da ditadura militar na Argentina, o que revela, de forma inquestionável, a real natureza de seu governo.
“O ANDES-SN repudia a intervenção policial na UNMA, assim como todos os ataques que a universidade vem sofrendo. Manifestamos nossa incondicional solidariedade à toda comunidade acadêmica da UNMA. A luta contra o avanço da extrema direita na América Latina e no Mundo é uma bandeira que não podemos deixar de defender todos os dias”, afirmou, também em nota, a diretoria do Sindicato Nacional. Confira a nota.
Denúncia à CIDH
As Madres de Plaza de Mayo solicitaram que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) tome medidas cautelares urgentes contra a república argentina com a finalidade de salvaguardar os direitos humanos da comunidade acadêmica da Universidade Nacional Madres de Plaza de Mayo.
Através da petição, acusam o governo Milei de executar uma série de ações para desqualificar a UNMa, violando compromissos internacionais assumidos pela Argentina, incluindo a liberdade acadêmica e a proteção da autonomia universitária.
* Com informações da UNMa