O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e a deputada Julia Zanatta (PL-SC) entregaram à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, uma lista de intelectuais, militantes, parlamentares e entidades que prestaram solidariedade à Palestina nos últimos dias. Os nomes de docentes da base do ANDES-SN estão presentes no documento, que também foi divulgado nas redes sociais de parlamentares e removido posteriormente.
Para o ANDES-SN, a ação é um grave ataque às liberdades democráticas. “Poderia ser apenas mais uma espetacularizada manifestação da extrema direita, que por certo não traria maior impacto concreto aos seus atacados, não fosse a intencionalidade explícita de causar dano, por meio de restrição de direitos e persecução”, afirma, em nota, a entidade.
A presidenta em exercício do Sindicato Nacional, Raquel Dias, reforça que a entidade se solidariza incondicionalmente com os e as docentes que vêm sofrendo um ataque brutal por prestar apoio ao povo palestino. “É importante lembrar que nos últimos anos, após o golpe de 2016, principalmente, professores e professoras têm sido vítimas de um processo de criminalização sob a ideologia do chamado ‘Escola Sem Partido’, que identifica na categoria docente um processo de doutrinação ideológica. E que o ANDES-SN, por meio da Frente Nacional Escola Sem Mordaça e através dos seus instrumentos também, como a Comissão de Enfrentamento à Criminalização, tem feito um trabalho de acompanhar e de prestar solidariedade, apoio por meio da sua comissão, da sua assessoria jurídica, prestar apoio político a esses professores, a essas professoras e acompanhar todos os processos que dizem respeito a tentativas de criminalização e de perseguição a docentes”, destaca.
Ela ressalta que é fundamental situar todo esse processo em um contexto em que a extrema direita avançou nesses últimos anos. “Precisamos ficarmos atentos e atentas a esses movimentos da extrema direita, que incidem sobre professores, professoras, estudantes, e também sobre a universidade e a escola, sempre identificadas, pela extrema direita, como um lugar de ‘balbúrdia’, mas que, na verdade, se configuram como um lugar de produção do conhecimento crítico”, acrescenta Raquel.
A presidenta em exercício do ANDES-SN reafirma o apoio às professoras e aos professores que estão sofrendo perseguição e coloca a Comissão de Enfrentamento à Criminalização e Perseguição Política a Docentes do Sindicato Nacional está à disposição para tomar as providências jurídicas necessárias neste momento.