A presidenta do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, Camila Lisboa, vem recebendo ameaças de morte de perfis de extrema-direita pela internet após liderar a greve da categoria nos dias 22 e 23 de março. O movimento paredista revelou as contradições do governador Tarcísio Freitas (Republicanos).
De acordo com a entidade sindical, desde o dia 24 de março a presidenta do Sindicato recebeu três ameaças de mortes em mensagens particulares via Instagram. Além disso, imagens de dirigentes do Sindicato atuando na greve e seus perfis das redes sociais foram veiculados em grupos bolsonaristas, com xingamentos e mensagens de ódio contra a greve, a entidade sindical e seus dirigentes.
"As ameaças de morte à presidenta da entidade revelam grave conteúdo misógino (ódio a mulheres) e racista, característico da extrema direita, do ódio político que tomou conta do país nos últimos anos e que matou Marielle Franco. Desde já reafirmamos que essas ameaças não irão nos calar. A categoria metroviária seguirá sua luta por direitos, por um transporte público de qualidade e pela catraca livre", disse o sindicato na segunda-feira (27) que informou que as medidas jurídicas e de segurança já estão sendo tomadas.
O ANDES-SN publicou uma nota, nesta terça-feira (28), em solidariedade a liderança sindical das metroviárias e dos metroviários. "Sabemos que esses ataques foram ampliados a partir da política de ódio genocida alimentada pelo antigo governo do ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores, que fizeram avançar no Brasil as expressões do fascismo, do conservadorismo e da violência, em especial, por meio de uso das redes sociais com a produção criminosa de fake news e de perseguições à(o)os seus(suas) opositore(a)s, especialmente, quando se trata de lutadore(a)s que organizam a luta por melhores condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora."
"Esses ataques nos alertam para a necessidade de organização contínua do(a)s trabalhadore(a)s por meio da unidade do movimento sindical, popular e de juventudes no sentido de avançarmos na luta contra o fascismo que se alastrou em nossa sociedade no último período", completou a nota.
Greve
Devido intransigência do governo e do Metrô a categoria decretou greve reivindicando o pagamento de perdas salariais, o fim das terceirizações e abertura de concurso público mediante o quadro defasado de funcionárias e funcionários do Metrô, e pelo pagamento de um abono referente a três anos de Participação nos Resultados de 2020, 2021 e 2022, que não foram pagas pelo Metrô.
Acesse a nota na íntegra por meio da Circular nº83/23
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