Os e as docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que realizaram greve em defesa de seus direitos, tiveram parte da remuneração de abril, recebida em maio, cortada. De acordo com a Associação dos Docentes da Unimontes – Seção Sindical do ANDES-SN (Adunimontes SSind.), os valores não pagos ultrapassam R$ 1.500 em alguns casos.
“O reitor e a vice-reitora da Unimontes, Antonio Alvimar e Ilva Ruas, juntamente com o diretor de Recursos Humanos, Irineu Ribeiro Lopes, num ato absurdo e completamente sem critério, decidiram pelo corte de parte do vencimento de vários professores grevistas”, afirma em nota a Adunimontes SSind. “Um prejuízo drástico para a categoria, que já sofre com defasagem salarial há mais de 10 anos”, acrescenta.
A entidade informou que buscou diálogo com a reitoria e já cobrou explicação sobre os critérios para os cortes, considerados, pela Adunimontes SSind, como mais uma “atitude raivosa, irrefletida e punitiva da gestão da universidade”.
A greve da categoria foi suspensa em 18 de abril e desde então as e os docentes se organizam para a reposição das aulas. “Os valores confiscados, referentes à Ajuda de Custo, precisam ser devolvidos aos/às professores/as que já se organizam desde o fim da greve para a reposição das aulas, aguardando o calendário”, cobra a Adunimontes SSind.
“Mais uma vez a reitoria e a DDRH demonstram sua posição contra professores e professoras, a incompetência administrativa e sua subserviência ao Governo Zema”, ressalta a nota da Seção Sindical do ANDES-SN na Unimontes.
A entidade está tomando as medidas cabíveis, políticas e jurídicas, para reverter o desconto nos salários de professores e professoras.
A greve
Docentes da Unimontes deflagram greve no dia 9 de março, após várias tentativas frustradas de diálogo com o governo do estado de Minas Gerais. Professores e professoras da Unimontes, assim como da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), amargam perdas salariais e têm a remuneração fragmentada em benefícios não incorporados e também sofrem com o não pagamento do regime de Dedicação Exclusiva.
Sem reajustes na remuneração há mais de uma década, a greve também tinha por objetivo cobrar do governador Romeu Zema (Novo) o cumprimento de um acordo judicial firmado em 2016, que resultou na suspensão da greve de 106 dias, realizada naquele ano.
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