Após mais de dez dias de pane, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) só conseguiu reestabelecer parcialmente o seu sistema. Na terça-feira (3), o CNPq comunicou que os currículos da Plataforma Lattes voltaram estar disponíveis, só que apenas para consulta e somente pelo link buscatextual.cnpq.br/buscatextual. O endereço virtual oficial https://lattes.cnpq.br/ segue fora do ar.
Não é possível, no entanto, atualizar informações nem utilizar todas as funcionalidades disponíveis anteriormente na plataforma. Segundo o CNPq, a base de dados do Lattes disponível para acesso inclui somente atualizações feitas até às 18h do dia 23 de julho, data de início da indisponibilidade dos sistemas.
A plataforma Carlos Chagas segue inacessível. A ferramenta reúne dados sobre bolsas, auxílios, encaminhamento de projetos e pedidos de bolsas, andamento dos processos, emissão de pareceres, assinaturas de termos de concessão, relatórios técnicos e de prestação de contas, entre outras facilidades, para pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O Conselho ainda não divulgou o motivo nem a extensão dos danos causados por essa pane no sistema.
Para Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN, esse “apagão” nos dados do CNPq é consequência da precarização das condições de trabalho e infraestrutura no CNPq e do desfinanciamento que o órgão é alvo, desde o início do governo de Jair Bolsonaro.
“O CNPq tem sofrido vários ataques e vem funcionando com recursos bastante reduzidos, especialmente em 2021. Isso também é mais um resultado do desmonte do órgão e tem grande impacto para a pesquisa pública brasileira. Esse apagão traz uma preocupação imensa”, aponta.
A presidenta do Sindicato Nacional lembra que, apesar das críticas ao produtivismo imposto pelas agências de fomento a docentes, pesquisadoras e pesquisadores, as plataformas como a Lattes e Carlos Chagas servem como instrumento de armazenamento e acesso ao conhecimento científico e acadêmico produzido no país, com financiamento público.
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