Em vários estados, atos resgatam memória de vítimas da ditadura

Publicado em 01 de Abril de 2019 às 16h04. Atualizado em 01 de Abril de 2019 às 16h25
Cortejo fúnebre em Uberlândia. Foto: Adufu SSind.
 

Manifestantes foram às ruas no domingo (31) em diversas localidades do país para participar de atos contra os 55 anos do golpe empresarial-militar (1964-1985). Alguns atos ainda acontecem nesta semana. 

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro recomendou ao Ministério da Defesa que sejam feitas “comemorações devidas” no dia 31 de março. A diretoria do ANDES-SN se manifestou em nota contra o episódio. O Palácio do Planalto divulgou no dia 31, em um de seus canais oficiais de comunicação, um vídeo que comemora o golpe de 1964. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, 434 pessoas foram mortas ou desapareceram durante o regime.

No Rio, o protesto aconteceu na Cinelândia. Foto: M Tomaz Silva/Agência Brasil
 

Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Tocantins, Santa Catarina, Pará, além do Distrito Federal, foram alguns dos estados em que ocorreram os atos.

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas se reuniram no protesto que aconteceu na Cinelândia, pela tarde, no centro da cidade. Mais cedo, em Niterói, houve uma atividade no Campo de São Bento.

Em São Paulo, os manifestantes realizaram uma caminhada no Parque do Ibirapuera, no dia 31, na zona sul da cidade. A “I Caminhada do Silêncio” foi em homenagem às vítimas da Ditadura, além de faixas e cartazes, foram exibidas fotografias de mortos e desaparecidos no período do regime. Também houve manifestação na Avenida Paulista, pela tarde, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os manifestantes vestiram camisetas vermelhas e ergueram bandeiras que pediam luta e liberdade. Um boneco em referência a Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-CODI, foi incendiado no asfalto. Nos campi da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diversas palestras sobre os 55 anos do golpe estão marcadas.

Em Brasília, ato concentrou no Eixão Norte. Foto: José Cruz/Agência Brasil
 

Em Brasília (DF), uma caminhada foi realizada de manhã no Eixão Norte. Segundo os organizadores, mais de 600 pessoas participaram da passeata em direção à rodoviária do Plano Piloto. Nesta segunda (1º), um ato foi realizado na Universidade de Brasília (UnB), em homenagem aos cerca 300 estudantes que foram presos lá durante a invasão da universidade, por policiais, em 1968.

Em Belo Horizonte (MG), um ato contrário à ditadura reuniu centenas de pessoas na Praça da Liberdade, na região centro sul da capital mineira. Já em Uberlândia (MG), um cortejo fúnebre saiu da Praça Sérgio Pacheco e tomou conta da Feira da Avenida Monsenhor Eduardo.

Um grupo de manifestantes se reuniu no dia 31 no calçadão da Praia de Iracema, em Fortaleza (CE), em ato contra a ditadura militar. Na Universidade Estadual do Ceará (Uece), a diretoria da seção sindical do ANDES-NS (Sinduece SSind.) panfletou nesta segunda em homenagem às vítimas da ditadura.

Florianópolis, Joinville e Balneário Camboriú registraram manifestações contra a ditadura militar. Em Florianópolis, ocorreu a Caminhada do Silêncio no centro da cidade. Velas e flores foram levadas para homenagear as vítimas da ditadora.

Em Belém (PA), o ato público “Ditadura Nunca Mais” reuniu centenas de pessoas no protesto. Na ocasião, foi resgatada a memória da luta por democracia no Brasil e lembrar o regime ditatorial marcado por perseguições, prisões, torturas, exílios e centenas de assassinatos políticos. No período ditatorial, a Universidade Federal do Pará (UFPA) foi palco da resistência e de dezenas de manifestações por democracia e contra a Ditadura Militar.

No Maranhão, a Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma SSind.) realiza no dia 3 de abril, na universidade, o debate Ditadura Nunca Mais, que contará com a presença de docentes da UFMA militantes nas áreas de Direitos Humanos.

Com informações de Agência de Notícias e seções sindicais do ANDES-SN

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