A organização internacional Oxfam divulgou no domingo (20) um novo relatório alarmante sobre a crescente desigualdade econômica no mundo. Em um cenário onde a riqueza de bilionários atingiu um aumento impressionante de US$ 2 trilhões em 2024, a Oxfam prevê que, em uma década, pelo menos cinco pessoas podem se tornar trilionárias.
O relatório “Às custas de quem? – A origem da riqueza e a construção da injustiça no colonialismo” aponta que este aumento acelerado da riqueza de uma pequena elite está ocorrendo a uma taxa três vezes mais rápida do que no ano anterior, com quase quatro novos bilionários surgindo a cada semana.
Em 2024, o número de bilionários no mundo subiu para 2.769, um aumento de 204 pessoas em relação a 2023. Juntas, suas fortunas somam US$ 15 trilhões, um crescimento de US$ 2 trilhões em apenas 12 meses, representando o segundo maior aumento anual desde o início dos registros. A Oxfam aponta que, se a tendência continuar, o mundo poderá ver não apenas o primeiro trilionário, como previsto anteriormente, mas uma multiplicação desse número, com até cinco trilionários surgindo dentro da próxima década.
Enquanto isso, o número de pessoas vivendo na pobreza permanece alto, com dados do Banco Mundial indicando pouca mudança desde 1990. Este contraste, de acordo com a Oxfam, revela a disparidade crescente entre os mais ricos e os mais pobres, especialmente no contexto do Norte e Sul do mundo. Em 2023, o 1% mais rico dos países do Norte retirou US$ 30 milhões por hora dos países do Sul Global.
A Oxfam também denuncia que 60% da riqueza dos bilionários são provenientes de heranças, monopólios, favoritismo e/ou corrupção entre os mais ricos e governos. A concentração de riqueza nas mãos de poucos, sustentada por uma rede de privilégios históricos e heranças geracionais, é um dos principais fatores por trás da extrema desigualdade que marca a economia mundial, afirmou a organização.
Além disso, o relatório revela que os países do Norte Global continuam a controlar maior parte da riqueza mundial. Com 69% da riqueza global, 77% da riqueza dos bilionários e 68% dos bilionários residindo em países do Norte, essa concentração de poder econômico também se reflete nas desigualdades políticas e sociais.
Diante desse cenário, a Oxfam faz um apelo urgente aos governos para que tomem medidas para reduzir a desigualdade econômica e desmantelar a nova aristocracia dos super-ricos. A organização exige que os bilionários e as grandes fortunas sejam mais tributados, de modo a ajudar a financiar investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, especialmente em países mais pobres.
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