*publicada em 03/10, alterada para mudança de editoria
Docentes da base do ANDES-SN de todo o país participaram, nesta terça-feira (3), do “Dia Nacional de Luta pela Soberania Nacional e em Defesa dos Serviços Públicos”. A mobilização é parte da Jornada de Lutas, de 2 a 7 de outubro, que tem por objetivo pressionar o governo por avanços nas negociações da Campanha Salarial 2024, pelo arquivamento da Reforma Administrativa (PEC 32) e pelo “revogaço”. A Jornada de Lutas continua nesta quarta-feira (4) com mobilizações pela inclusão das servidoras e dos servidores no orçamento de 2024 e diálogo com parlamentares.
As seções sindicais de estados como Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas, Amazonas, Pará, São Paulo, Minas Gerais, entre outros, realizaram diversas manifestações, como atos nas ruas, panfletagens, aulas públicas, debates. Algumas deliberaram, ainda, por paralisar as atividades como foi o caso das seções sindicais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj SSind.), na Universidade Federal Fluminense (Aduff SSind.) e no Cefet de Minas Gerais (Sindcefet/MG SSind.).
Na capital federal, pela manhã, houve ato na Esplanada dos Ministérios (Bloco C), com a presença de docentes da Universidade de Brasília (Adunb SSind), da Comissão Nacional de Mobilização e da diretoria nacional do ANDES-SN, que se juntaram a representantes de outras categorias do serviço público federal para pressionar governo por uma proposta concreta que recupere as perdas salariais dos últimos anos. “Não é mole não, tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem para a educação”, eram as palavras de ordem.
“Essa mobilização se estende para o Brasil inteiro, com atos nos estados. É muito importante a organização do ato de hoje (3), pelas servidoras e servidores públicos, pela mesa de negociação, para que o governo federal avance no processo de negociação que está em curso desde março, mas que, infelizmente, até agora não apresentou uma proposta concreta. Muito pelo contrário, apresentou uma proposta que não inclui a recomposição das perdas salariais, ainda não negociou as pautas específicas de cada categoria e também não avançou na pauta do revogaço dos principais decretos, portarias e resoluções do governo genocida de Bolsonaro”, destacou Raquel Dias, presidenta em exercício do Sindicato Nacional.
De acordo com Raquel, existe uma expectativa de avanço na pauta da política educacional e foi para isso que as categorias derrotaram Bolsonaro. “Vimos, recentemente, com muita tristeza e preocupação que o governo estabeleceu parceria com a fundação Lemann e destinou mais de R$ 6 bi para esta fundação. Não podemos aceitar que não exista dinheiro para os servidores e servidoras, para a educação pública, para a saúde pública sob a desculpa que teria que aprovar o arcabouço fiscal depois de ter feito três cortes no orçamento para imprimir um superávit primário, destinar R$ 6 bi para empresas e não avançar na pauta de negociação. Então o nosso recado é: negocia Lula, negocia Feijóo, negocia Esther!”, criticou.
O dia todo foi de mobilizações na capital federal. No período da tarde, enquanto as entidades participavam de reunião da Mesa de Negociação Temporária Específica da Educação Superior no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), docentes e demais servidoras e servidores realizaram vigília em frente ao ministério, com apresentação do grupo feminino de percussão Batalá Brasília.
Um twitaço para pressionar o governo federal a avançar nas negociações também foi realizado. As entidades usaram a hashtag “NegociaMinistraEsther”. No final do dia, representantes do ANDES-SN participaram de reunião da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, na Câmara de Deputados, para debater estratégias contra a PEC 32/20.
Outras categorias também se mobilizaram nesta terça
O dia 03 de outubro também foi marcado por mobilizações pela reestatização do patrimônio público que foi entregue pelo governo de Jair Bolsonaro e contra as privatizações impostas pelo governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, com os dizeres “Defender as estatais é defender o Brasil”.
Em todo o país, trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras fizeram atos nas bases do Sistema Petrobrás e também participaram de manifestações no Rio de Janeiro e São Paulo.
Metalúrgicos da Embraer realizaram paralisações por reajuste salarial acima da inflação, vale-alimentação para todos trabalhadores e trabalhadoras e assinatura da convenção coletiva com preservação de todos os direitos. A última convenção coletiva da categoria com reajuste salarial acima da inflação foi assinada em 2017. Segundo o Sindicato, a Embraer foi notificada que haveria greve no último dia 26 de setembro. Mesmo assim, trabalhadoras e trabalhadores sofreram intimidação da empresa e houve prisões ilegais de um diretor do Sindicato de São José dos Campos e de um militante do Movimento Luta Popular no Vale do Paraíba.
Em São Paulo, CPTM, Metrô e Sabesp promoveram paralisações contra o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e sua proposta de privatização das três empresas. A greve foi uma parceria entre trabalhadoras e trabalhadores do saneamento, metroviários e ferroviários.
Na Universidade de São Paulo, paralisações de estudantes e professores, somaram-se às mobilizações contra políticas privatistas e de precarização. Estudantes da Universidade de Campinas paralisaram as atividades em apoio à luta pela soberania nacional e em defesa dos serviços públicos. Após o ataque de um docente fascista a um estudante, as e os estudantes da Unicamp decidiram, em assembleia geral, decretar greve. O ANDES-SN repudiou a atitude do professor e se solidarizou com os e as estudantes. Confira a nota.
O movimento paredista da Unicamp tem como mote "Cotas Trans, PCDs e Paviartes Já! Fora Tarcísio, Fora Tom Zé, Fora Leão! Por permanência, por contratação. Contra o ponto-eletrônico e a terceirização. Por bandejão aos finais de semana e unificar as lutas estaduais!".
Com informações das Seções Sindicais, do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, FUP e DCE Unicamp.
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