Na tarde da última quarta-feira, (17), dirigentes do ANDES-SN prestaram depoimento sobre o caso de racismo que servidoras e servidores públicos sofreram, na manhã de terça-feira (16), durante ato contra a reforma Administrativa no aeroporto de Brasília. O grupo com sete docentes e um advogado da Assessoria Jurídica Nacional foi à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou contra a pessoa idosa ou com deficiência (DECRIN), em Brasília (DF), para abertura da queixa.
“Repassamos o que aconteceu, com detalhes importantes que caracterizam o que nós já sabemos politicamente, que não é uma ação deliberada contra o movimento, mas sim uma ação racista”, explicou Rosineide Freitas, 2ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN. A docente lembra que os e as manifestantes estão em protesto permanente em Brasília há mais de dois meses, e somente essa semana sofreram um episódio de violência desse tipo. O ataque aconteceu justamente na semana que antecede o dia 20 de novembro, em que é celebrado o dia da Consciência Negra. A data será marcada em todo o país por protestos em defesa da vida de negras e negros, pelo fim do racismo e pelo Fora Bolsonaro e Mourão.
Dentre as pessoas atingidas pelos lixos jogados por um homem ainda não identificado está a 2ª vice-presidenta do ANDES-SN, Zuleide Queiroz, que também esteve na delegacia. Até o momento, o indivíduo que jogou lixo no grupo ainda não foi identificado.
Em nota, o ANDES-SN destaca que uma queixa-crime foi aberta por racismo na DECRIN, exigindo a apuração dos fatos narrados pelos servidores e pelas servidoras. Além disso, a nota ressalta os esforços do Sindicato Nacional, que há 40 anos constrói uma agenda de lutas e, ao longo do tempo, incorporou questões e pautas do movimento negro, como adoção de cotas raciais, cartilhas de orientação à categoria na luta contra o racismo e de denúncia ao racismo institucional e estrutural nas universidades, institutos e Cefets. Confira a nota na íntegra aqui
Entenda o caso
Na manhã da última terça-feira, (16), Zuleide Queiroz, junto com outros servidores e servidoras públicos estavam em um ato, no aeroporto de Brasília, contra a PEC 32. Durante o discurso sobre a importância do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e cobrando respostas ao assassinato de Marielle Franco, um homem ainda não identificado jogou lixo no local em que a 2ª vice-presidenta do Sindicato Nacional, acompanhada de uma banda musical de Matriz Africana, estavam, atingindo a docente e integrantes da banda.
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