Docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia realizaram uma manifestação em frente à Secretaria de Educação do estado na última quarta-feira (9). O protesto, intitulado "Aniversário da Enganação", contou com bolo, faixas, carro de som para ironizar a interrupção da mesa de negociação entre o movimento docente e o governo.
Constrangidos, após dois anos sem diálogo, assessores da Secretaria de Educação (SEC) reuniram-se com representantes das associações docentes das universidades do Estado da Bahia (Uneb), Estadual de Santa Cruz (Uesc), Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Durante a reunião, representantes das Seções Sindicais do ANDES-SN reafirmaram para assessores da SEC a importância de reestabelecer a mesa de negociação em caráter de urgência. Para o movimento docente, nada justifica a interrupção abrupta do diálogo, principalmente porque, durante a pandemia, as universidades estaduais têm cumprido cumprem um papel central no enfrentamento ao coronavírus e suas variantes.
Foi ressaltado, que as e os docentes nunca deixaram de trabalhar e enfrentar a nova situação, realizando ensino on line, pesquisa e extensão. A categoria, além de essencial no enfrentamento à pandemia, também contribui nas análises e formações sobre a metodologia e organização da educação, tanto no formato remoto quanto, agora, no retorno ao presencial.
Ronalda Barreto, coordenadora do Fórum das ADs – que reúne as seções sindicais do ANDES-SN das estaduais baianas, reafirmou os anseios da categoria sobre a questão salarial e os ataques ao Estatuto do Magistério Superior. "A nossa pauta já é conhecida pelo governo porque já protocolamos em todas as secretarias reiteradas vezes. Temos uma categoria angustiada e indignada com as perdas salariais. Foram 7 anos de espera para um reajuste que veio abaixo da inflação de 2021, apenas 4%. Mesmo as parcelas acrescidas agora em março com valores fixos, não resolvem a corrosão salarial de cerca de 50%. E vale salientar, como o aumento foi de valor fixo e com base apenas na carga horária, houve desrespeito à estrutura da carreira docente. É urgente que o governo respeite o Estatuto do Magistério Superior", ressaltou a professora.
Marcius de Almeida Gomes, Coordenador Executivo dos Programas e Projetos da SEC, argumentou de que era preciso incorporar mais secretarias no diálogo com os docentes, tais como Secretaria de Administração e Secretaria de Relações Institucionais. O representante se comprometeu em fazer essa articulação para a retomada da mesa de negociação. Estiveram também presentes na reunião o Assessor de Planejamento e Gestão, Matheus Guimarães e Helder Luiz Amorim Barbosa, Coordenador de Articulação de Projetos para Educação.
Após a reunião, docentes presentes na mobilização cantaram o "Parabéns da Enganação" junto com músicas de protesto. A manifestação também conseguiu dar visibilidade à pauta dos e das docentes em veículos de imprensa, através de várias entrevistas. A expectativa do movimento é manter a cobrança constante para que a mesa de negociação e o diálogo com o governo do estado sejam reestabelecidos.
Fonte: Fórum das ADs, com edição do ANDES-SN. Fotos: Fórum das ADs