Docentes da Argentina realizaram um dia de greve geral, nesta quinta-feira (10), após a Câmara de Deputados ratificar o veto do presidente de extrema direita, Javier Milei, à Lei de Financiamento Universitário, que recompõe os recursos destinados às universidades, gravemente afetadas pelas restrições orçamentárias do governo. De acordo com a Federação de Docentes e Pesquisadores Universitários da Argentina (Conadu Histórica), mais de 70% dos docentes recebem salários abaixo da linha da pobreza.
Na quarta-feira (9), dia da votação, professores e professoras fizeram manifestação em frente à Câmara, enquanto estudantes ocuparam universidades em todo o país. Foram 160 parlamentares favoráveis à manutenção da Lei, 84 contrários e 5 abstenções. Apesar de serem maioria, os votos em defesa das universidades públicas não alcançaram os 2/3 necessários para barrar o veto de Javier Milei.
Após a decisão, a Frente Sindical de Universidades Nacionais anunciou uma greve nacional para esta quinta (10). Ao mesmo tempo, dezenas de centros estudantis avançaram na ocupação dos prédios das faculdades em todo o país.
Em comunicado nas redes sociais, a Conadu Histórica convocou todos e todas docentes universitários a participar das diferentes instâncias de deliberação, para avaliar a intensificação das medidas em defesa de universidades públicas de qualidade para o povo argentino e salários dignos para docentes e técnico-administrativos que a sustentam.
“Sem orçamento e salários dignos, não há universidade pública!”, afirmou a entidade. “Repudiamos as deputadas e os deputados que votaram contra o mandato popular de defender a universidade”, acrescentou.
*Com informações da Conadu Histórica. Foto: Conadu Histórica - ato em 02 de outubro.
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