Na tarde de segunda-feira (13), entidades sindicais e estudantis organizaram uma coletiva de imprensa em Brasília (DF). As entidades ressaltaram os motivos para adesão à Greve Nacional da Educação da próxima quarta (15). Também expuseram os últimos preparativos para as grandes mobilizações em defesa da educação pública.
A coletiva aconteceu na sede da Fasubra, na capital federal. Participaram: Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, além de representantes da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE), da própria Fasubra e da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).
A Greve Nacional da Educação foi inicialmente marcada para dar força à luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19, da Reforma da Previdência.
Porém, com o recente anúncio do governo do corte de orçamento nas áreas de educação e ciência e tecnologia, a greve de 15 de maio ganhou outra magnitude.
As manifestações e paralisações de 15 de maio devem servir como preparação para a grande Greve Geral de 14 de junho, convocada recentemente pelas centrais sindicais. Foi o que afirmou Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN. Segundo ele, a unidade de ação é fundamental para defender a educação e combater a reforma da previdência.
“A educação está dando demonstração de força e organização da classe trabalhadora, estamos fazendo atos unitários. É uma pauta que interessa a toda a sociedade. Na quarta, organizaremos passeatas, aulas públicas e muito mais”, afirmou o docente. Os professores e demais trabalhadores da educação serão a primeira categoria do país a organizar uma greve nacional contra as políticas do governo de Jair Bolsonaro. “Temos que acumular forças para a Greve Geral de 14 de junho”, completou Antonio.
Heleno Araújo, presidente da CNTE, afirmou que já há atos unificados marcados em 21 unidades federativas. Outras manifestações serão marcadas entre hoje e amanhã. Heleno também ressaltou que os cortes de orçamento, ao contrário do que diz o presidente, afetam diretamente a educação básica. A merenda e o transporte escolar, por exemplo, já são afetadas pelos cortes.
Manuelle Matias, vice-presidente da ANPG, avaliou que há, por parte do governo um movimento anti-intelectual que busca “limar o pensamento crítico”. “O governo vai ter que recuar”, disse, ressaltando que a reversão do corte de 1200 bolsas da Capes já é um sinal de que o governo sentiu a força das mobilizações.
“A pauta da educação toca fundo cada trabalhador e trabalhadora. O que está em jogo é a defesa da educação como um direito. Não surpreende a adesão espontânea e a busca pelo diálogo com a sociedade. É uma disputa que está em curso”, concluiu Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.
Confira toda a coletiva de imprensa aqui.