Um estudante negro, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), no Piauí, foi detido em sala de aula, nessa quinta-feira (25), por ter feito desenhos em um banco da instituição. A Polícia Militar foi acionada pela reitoria da universidade.
Sob protestos do professor e de colegas de classe, o jovem foi retirado da sala pela equipe de segurança da UFDPar e por três policiais militares e conduzido à Delegacia da Polícia Federal, onde foi autuado por crime ambiental e depredação de patrimônio público federal. Após assinar um termo circunstanciado de ocorrência, o estudante foi liberado.
A ação foi registrada em vídeo por outros estudantes. Nas imagens é possível ver policias discutindo com o docente e funcionários da equipe de segurança da UFDPar tentando a filmagem.
Revoltados com a repressão, estudantes e membros da comunidade universitária protestaram no Campus e em frente à delegacia da Polícia Federal. O Centro Acadêmico de Psicologia (Capsi) da UFDPar convocou um ato de repúdio para esta sexta (26), em frente do Auditório Central.
Em nota, o Capsi classificou a ação contra o estudante, como absurda e racista. “Algo que deveria ser resolvido de maneira administrativa e internamente, foi uma situação de constrangimento e truculência policial por parte dos policiais e dos seguranças da própria universidade”, diz o texto. “Um caso claro e absurdo de racismo dentro de um órgão federal e tudo a mando da própria UFDPar”, acrescenta a nota.
O ANDES-SN também manifestou repúdio à ação repressiva do reitor e profunda solidariedade ao estudante agredido e a toda comunidade universitária da UFDPar. “Não há dúvida de que ações como essas expressam a criminalização das lutas em defesa da universidade pública e das liberdades democráticas, aprofundadas em nosso país com o bolsonarismo”, afirma.
“Não aceitaremos que nossas universidades sejam transformadas em espaços de repressão aos processos de criação e manifestações artísticas! Seguiremos lutando em defesa da autonomia, da democracia e do caráter público e gratuito das universidades brasileiras”, ressalta o Sindicato Nacional. Leia aqui a íntegra da nota do ANDES-SN.
*Com informações do site Cidade Verde