Brutal, cruel, criminosa, covarde. Essas foram algumas das classificações que a Reforma da Previdência recebeu na manhã de quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados. Representantes de movimentos sindicais e sociais lotaram o Auditório Nereu Ramos, que recebia o relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social.
“O relançamento teve como objetivo nos dar informações e instrumentos para lutarmos contra o fim da previdência social pública”, explica Sônia Meire, 2ª vice-presidente do ANDES-SN, presente na atividade.
“O relançamento da Frente foi marcado pela participação de mais de 100 entidades, junto com diversos parlamentares de diferentes partidos”, contou Sônia.
De acordo com a docente, o evento deixou “claro que essa proposta apresentada por Bolsonaro não é uma proposta de previdência, mas sim um projeto para entregar parte dos salários dos trabalhadores nas mãos de banqueiros e das seguradoras”, disse.
A opinião quase unânime entre os presentes foi que só a mobilização dos trabalhadores pode derrotar a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Para tanto, é necessária a união entre os diferentes segmentos e categorias profissionais.
Ao longo da manhã, parlamentares e representantes das centrais sindicais reforçaram o chamado a participação nos atos do dia 22. As centrais sindicais e movimentos populares estão chamando atos e mobilizações contra a Reforma da Previdência para esta sexta-feira. O ANDES-SN está organizando a sua base para participar efetivamente deste dia de luta.
A ideia de que é necessário derrotar integralmente essa reforma foi recorrente nas intervenções. A cada intervenção algum aspecto da Reforma da Previdência era rechaçado. A desconstitucionalização das questões previdenciárias foi um dos tópicos mais criticados.
Outro aspecto da reforma alvo de críticas foi a instituição da capitalização individual. Classificada como “criminosa”, a capitalização foi rechaçada pelos presentes. Parlamentares, sindicalistas, representantes dos movimentos sociais, servidores públicos e trabalhadores em geral foram enfáticos aos denunciar que a Reforma da Previdência penaliza os mais pobres. Além disso, a dívida pública, que consome a maior parcela do orçamento público, foi amplamente denunciada.
Segundo Sônia, um dos pontos fortes do relançamento da Frente foi a percepção de é necessário agir “para colocar em evidência todas as contradições” da PEC 06: “Precisamos pressionar para que os parlamentares tirem de pauta esta reforma”, afirmou.
Sônia ainda disse que é necessário mobilizar pessoas para ocupar “todos os espaços do país, para discutir com todas as categorias, inclusive com desempregados, que também perderão a sua proteção social, ainda mais em um país em que o desemprego aumenta a cada dia depois da Reforma Trabalhista”, concluiu.