Em uma vitória histórica da categoria docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), a instituição ampliou o acesso ao Regime de Trabalho de Tempo Integral, com Dedicação Exclusiva (Tide) a docentes considerados cedidos à universidade. A mudança foi aprovada em reunião conjunta dos órgãos superiores da Uems – conselhos Universitário (Couni) e de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) – no dia 28 de janeiro. Com isso, garante finalmente isonomia a essa parcela da categoria.
Segundo informe da Associação de Docentes da Uems – Seção Sindical do ANDES-SN (Aduems SSind.), a diretora do ANDES-SN e docente da Uems, Adma Cristina de Oliveira, foi escolhida para ser a promotora da proposta, por representar “esse bravo grupo que ajudou construir a história da nossa Universidade”.
Conforme Adma Cristina, dos professores e das professoras do ensino básico cedidos à Uems para compor o corpo docente da universidade, oito ainda atuam na instituição e agora conseguiram isonomia em relação ao Tide. “Levou mais de 22 anos para esse reconhecimento”, afirmou.
Depois de longo debate, no qual o presidente da Aduems SSind, professor Esmael Machado, defendeu tecnicamente as razões para o reconhecimento desse direito, a proposta foi aprovada. “Essa reunião conjunta do Cepe/Couni entrou para a história da universidade o reitor se sensibilizou com a proposta feita pela Aduems SSind e todos saímos ganhando. Estamos todos de parabéns", afirmou Machado.
Em dezembro de 2021, a categoria docente da Uems conquistou outra grande vitória com a aprovação na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul de um projeto de lei que ampliou as vagas Tide, garantindo que todas e todos docentes efetivos em exercício na Uems possam optar por esse regime de trabalho. O projeto inicialmente incluía os e as docentes cedidos, mas essa parcela da categoria foi retirada durante a votação do texto.
Além disso, conseguiram também a regulamentação das condições para ascensão ao Nível VI da carreira Docente, último patamar da carreira e que desde 2002 estava inacessível. “Agora, a experiência acadêmica dos professores que esperaram por tantos anos finalmente será reconhecida”, afirmou em nota a Aduems SSind.
Para Adma Cristina, que também é 2ª vice-presidenta da Regional Pantanal do ANDES-SN, o dia 28 de janeiro de 2022 é uma data histórica para a Aduems SSind. e para a luta da categoria docente. Ela fez um resgate da história da universidade e ressaltou que a Uems nasceu com professores e professoras oriundos do ensino básico.
“No começo da criação da Universidade era um sonho, nasceu do anseio das representações sociais e educacionais. No começo, não havia estrutura física e nem infraestrutura, muito menos de formação profissional. Os mesmos [docentes oriundos do ensino básico] foram agregando valor de formação universitária, juntamente com o crescimento da Uems. Ela nasce com os professores do ensino básico que, ao longo do tempo foram se qualificando, lutando pela igualdade de condições de trabalho, condição esta firmada pela lei 7.775/2004, de acordo com a publicação do Diário Oficial. Estes professores são pilares do início da universidade, e a história viva da Uems”, contou.
Nesta quinta-feira (03), a resolução da reunião conjunta do Cepe/Couni foi publicada no Diário Oficial do Estado do Mato Grosso do Sul. Leia aqui.
"A vitória do Tide, para nós que estivemos desde sempre na Uems, é uma vitória de toda a comunidade acadêmica. Parabéns ao Couni, parabéns ao Cepe, parabéns à luta classista da Aduems SSind. por essa conquista”, celebrou a diretora do ANDES-SN.
Confira o vídeo produzido pela Aduems SSind. com depoimento de docentes da UEMS:
*com informações da Aduems SSind. / foto: Uems/Divulgação