A greve das e dos docentes das sete universidades estaduais do Paraná (Unespar), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (Uenp), de Ponta Grossa (UEPG), de Maringá (UEM), Londrina (UEL) e do Centro-Oeste (Unicentro) continua em defesa das universidades públicas, pela reposição salarial e aprovação do plano de carreira docente. A paralisação teve início há quase três semanas.
Na última terça-feira (30), ocorreu uma plenária unificada dos comandos de greve em Curitiba (PR), que reuniu cerca de 300 pessoas. No mesmo dia, na parte de tarde, houve ato em frente à Assembleia Legislativa do Paraná e ocupação das galerias da Casa legislativa para chamar atenção das deputadas e dos deputados para a greve docente e buscar apoio parlamentar para as principais reivindicações da categoria.
As seções sindicais do ANDES-SN do Paraná têm realizado reuniões com os comandos de greve e mobilizações nas instituições, e fora delas, para chamar a atenção da sociedade e pressionar o governo estadual a abrir uma mesa de negociação pela reposição salarial, e cobrar prazos concretos em relação à proposta de carreira docente. A categoria está desde 2016 sem a reposição da inflação, acumulando perdas de mais de 42%.
O governador Ratinho Júnior (PSD) se recusou a dialogar com as professoras e os professores nos últimos anos. No entanto, a mobilização do movimento grevista surtiu efeito e, na quinta-feira (1), o governo do estado - por meio dos secretários da Casa Civil; da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; e de Estado da Administração e Previdência -, recebeu reitoras e reitores das universidades em greve para debater o Plano de Carreira Docente, no Palácio Iguaçu, em Curitiba (PR).
No mesmo dia, o Comando Estadual de Greve recebeu um comunicado das reitoras e dos reitores para se reunir nesta sexta (2), no período da tarde, para discutir a posição manifestada pelo governo e decidir se há, ou não, uma proposta concreta em relação ao problema da defasagem salarial das e dos docentes.
Após essa reunião, as seções sindicais farão assembleias, na próxima segunda-feira (5), para apresentar as informações à categoria, discutir e deliberar sobre o andamento greve.
Gilberto Calil, 2º tesoureiro da Regional Sul do ANDES-SN, ressaltou a importância da mobilização, em unidade, das e dos docentes das universidades estaduais. "Até o final da semana passada, o governo tinha uma posição de nenhum tipo de discussão que se referisse aos docentes enquanto durasse a greve. Isso implica em não discutir tanto a reposição salarial quanto o plano de carreira dos docentes. Então, essa primeira fase de não haver nenhum diálogo, nenhuma negociação com o governo de forma indireta, vem sendo superada nesse momento por essa intermediação, digamos assim, dos reitores", disse.
Luiz Blume, da coordenação do Setor das Iees/Imes, afirmou que as reivindicações da categoria são justas e que as e os docentes do das Estaduais do Paraná sofrem com os salários defasados e ataques às universidades, como a aprovação da Lei Geral das Universidades (LGU) que fere a autonomia das instituições e não garante o repasse integral de recursos para as universidades, comprometendo serviços e a realização de novos concursos públicos, além de interferir nos parâmetros de qualidade.
“Além da questão da defasagem salarial, as e os docentes reivindicam a revogação da LGU, que estrangula ainda mais o orçamento das universidades. Entendemos que a greve das universidades estaduais paranaenses, com a construção do movimento unificado com as sete universidades, representa a insatisfação de toda a categoria, e é importante destacar isso. O ANDES-SN tem participado das atividades e apoiado a luta dos companheiros e das companheiras do Paraná", disse o diretor do Sindicato Nacional, que ressaltou ainda a mobilização das e dos docentes em outros estados como Ceará, Bahia, São Paulo e Goiás.
*Com informações das seções sindicais do ANDES-SN. Fotos: Sinduepg SSind.
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