Movimentos populares protestam pela prorrogação da liminar que proíbe despejos na pandemia

Publicado em 24 de Junho de 2022 às 15h47. Atualizado em 24 de Junho de 2022 às 15h48
Ato contra despejos na capital paulista. Foto: MTST

Movimentos populares que lutam por moradia protestaram, na terça-feira (21), em defesa da prorrogação da liminar que proíbe despejos durante a pandemia da Covid-19. Organizado pela Campanha Despejo Zero, o dia de luta reuniu milhares de pessoas que exigiram, ainda, uma alternativa às remoções.

Pela manhã, manifestantes realizaram atos em aos menos 20 cidades brasileiras para denunciar à sociedade a realidade vivida por mais de meio milhão de pessoas no Brasil, tanto no campo e como nas cidades. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, que impede os despejos, perderá a validade no dia 30 de junho deste ano. Cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) prorrogar ou não a liminar. Mais de 569 mil pessoas estão ameaçadas de despejo no país, segundo dados divulgados pela Campanha Despejo Zero entre março de 2020 e maio de 2022. Infelizmente, 125 mil pessoas já foram retiradas de suas casas nesse período.

Em junho de 2021, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu uma liminar que suspendia, até dezembro de 2021, as desocupações. Em dezembro do mesmo ano, diante da permanência da crise sanitária e com o agravamento da crise econômica, a maioria do STF confirmou a decisão cautelar de Barroso e prorrogou a liminar até março de 2022. Em março, nova liminar estendeu o prazo até junho. No âmbito legislativo, em outubro de 2021, a Lei 14.216/2021 suspendeu ordens de remoção e despejo até 31 de dezembro daquele ano, apenas para imóveis urbanos. Ainda assim, tanto a lei quanto a liminar do STF foram desrespeitadas por vários governos estaduais e distrital, que autorizaram ações de despejo nesse período.

Foto: MTST

"Nós estamos com uma catástrofe batendo em nossa porta. Os dados mostram que a população de rua aumentou brutalmente, a fome já assola 33 milhões de brasileiros, o desemprego é gritante", afirmou Irene Maestro, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do movimento Luta Popular. "Estamos falando de trabalhadores pobres que não têm para onde ir. O poder público não oferece alternativa, por isso eles ocupam os territórios", completou a dirigente, que fez parte da organização do ato realizado em São Paulo, reunindo cerca de 7 mil manifestantes na capital paulistana. Um documento foi entregue ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo solicitando providências em relação a onda de despejos que pode estar à caminho, caso a ADPF 828 não seja prorrogada.

Com informações da CSP-Conlutas. Fotos: MTST

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