A reunião conjunta entre os três conselhos deliberativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Consuni, Consepe e Conselho Curador - sobre a destituição do reitor interventor Valdiney Gouveia e da vice-reitora, Liana Filgueira, na universidade foi encerrada na terça-feira (16) de forma antidemocrática.
A audiência do chamado “Conselhão” foi encerrada de forma unilateral por Liana Filgueira, que se colocou na presidência da reunião, apesar de uma série de protestos de conselheiros e da comunidade universitária. Uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 29 de maio para analisar o dossiê sobre a intervenção na universidade e a possível destituição.
Como parte envolvida no processo que pede a destituição do professor Valdiney Gouveia, a vice estaria sob impedimento e não poderia presidir a sessão. A presença dela na mesa foi contestada na primeira questão de ordem solicitada logo após o início da reunião, que começou pouco antes das 10h e foi realizada no auditório da Reitoria.
O debate sobre a irregularidade da presença da Liana Filgueira na presidência do Conselhão tomou toda a manhã e motivou várias manifestações tanto das conselheiras e dos conselheiros quanto do público que acompanhava a reunião e gritava palavras de ordem. A audiência foi suspensa no início da tarde e retomada por volta das 15h.
Pouco após o reinício dos trabalhos, Liana Filgueira encerrou a reunião, após novos protestos quanto à permanência dela na presidência do Conselhão, e saiu do auditório. As conselheiras e os conselheiros do Consuni, Consepe e Conselho Curador continuaram no local e redigiram um requerimento de convocação para uma nova reunião conjunta das três instâncias deliberativas para o dia 29 de maio.
Cabe agora à presidência do Conselhão - posição oficialmente ocupada pelo interventor Valdiney Gouveia - convocar, no prazo de 72 horas, os três órgãos colegiados para a reunião conjunta. Caso isso não ocorra, regimentalmente a reunião poderá ser convocada pelos próprios signatários do requerimento. Aprovada a destituição do reitor interventor, a decisão será encaminhada ao Ministério da Educação (MEC), autoridade competente para efetivar a destituição.
Intervenção
Em sigilo e com forte esquema de segurança, em novembro de 2020, Valdiney Gouveia foi empossado no cargo de reitor da UFPB. Ele teve apenas 5% dos votos na eleição realizada em agosto e nenhum voto no Colégio Eleitoral responsável por formar a lista tríplice. O nome do candidato terminou incluído na lista após ele recorrer à Justiça. Desde que foram nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Valdiney Gouveia e Liana Filgueira são alvos de protestos por parte da comunidade acadêmica da UFPB.
Fonte: ADUFB SSind., com edição e acréscimo de informações do ANDES-SN