Apesar da pandemia, que impõe limitações às manifestações públicas, o início de 2021 já está sendo marcado por vários protestos diante da grave crise sanitária, econômica e social instalada no país. Depois dos panelaços pelo Fora Bolsonaro, nos primeiros dias do ano, o último sábado (23), foi marcado por carreatas que tomaram as ruas de todas as capitais e de mais de 50 outras cidades, de norte a sul do Brasil.
As manifestações reuniram carros, motos e até bicicletas com pessoas exigindo o impeachment de Jair Bolsonaro, a vacinação imediata para toda a população e a volta do auxílio emergencial. Os protestos foram organizados por movimentos sociais, sindicais, partidos e organizações da classe trabalhadora.
Em capitais como Brasília (DF) e Porto Alegre (RS), as carreatas foram “gigantes”, com várias centenas de veículos, ocupando quilômetros de extensão. Na capital federal, a manifestação percorreu a Esplanada dos Ministérios e as duas Asas (Norte e Sul) do Plano Piloto, região central de Brasília. Em frente ao Congresso Nacional, foram colocadas faixas que cobravam o impeachment de Bolsonaro.
Devido ao negacionismo e descaso do governo federal, não houve o planejamento necessário nem a aquisição de vacinas e insumos suficientes para um Plano Nacional de Imunização que dê conta de atender toda a população. A quantidade de doses disponibilizadas para essa primeira etapa sequer é suficiente para a vacinação com duas doses das pessoas incluídas no grupo prioritário da primeira fase.
Um levantamento do site de notícias UOL, divulgado em 21 de janeiro, aponta que, quando foi iniciada a vacinação, havia apenas 10,8 milhões de doses disponíveis em território nacional, sendo que o grupo prioritário contabiliza pelo menos 14,8 milhões de brasileiros. Como para imunização eficaz são necessárias duas doses, o país precisaria de pelo menos 29,6 milhões de doses nessa primeira etapa para imunizar todos e todas trabalhadores e trabalhadoras da área da saúde, na linha de frente do combate à Covid-19, indígenas e idosos/as e pessoas com deficiência que morem em instituições.
Jornada de lutas das servidoras e servidores
Teve início também nesse fim de semana (24), a jornada nacional de lutas em defesa dos serviços públicos, da vida a frente dos lucros e pela vacinação imediata de toda a população. As atividades estão sendo convocadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), pelas coordenações dos fóruns estaduais, reunindo ainda servidores estaduais e municipais, e também centrais sindicais e movimentos sociais.
Durante toda essa semana, estão previstas atividades nos estados e também pela internet, incluindo a participação nos debates do Fórum Social Mundial, 2021, que começou no sábado (23).
No 1º de fevereiro, será realizado o Dia Nacional de Lutas em defesa da vacina para todas e todos, com carreatas em diversos estados e ato em Brasília (DF), na Câmara dos Deputados. Os manifestantes organizarão uma vigília em frente ao Anexo 2 da Câmara para acompanhar a eleição à presidência da Casa, marcada para acontecer presencialmente, naquele dia.
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* Com informações da CSP-Conlutas e UOL