Milhares de trabalhadoras e trabalhadores argentinos realizaram, nessa quarta-feira (10), mais uma greve geral contra o governo de Javier Milei, que tem promovido, por meio de suas políticas, um pacote de austeridade responsável pela eliminação de postos de trabalho, redução de salários e ataques a direitos.
Convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a paralisação contou com o apoio de diversas entidades representativas da classe trabalhadora, com ampla adesão de ferroviários, metroviários, taxistas, portuários, aeronautas, profissionais da saúde, da educação (incluindo docentes), do setor bancário, da administração pública, além de aposentadas e aposentados.
O movimento resultou na suspensão de voos, paralisação total dos metrôs e trens em Buenos Aires, bem como no fechamento de escolas e centros industriais.
As manifestações começaram na véspera, terça-feira (9), com atos em frente ao Congresso Nacional, protagonizados por aposentadas e aposentados, que já realizam protestos semanais no local. O principal ato da greve ocorreu no centro da capital, às 15h, e reuniu milhares de pessoas em defesa dos direitos sociais e contra o ajuste econômico do governo.
Desde que Milei assumiu a presidência, em dezembro de 2023, a população tem enfrentado aumento da inflação, crescimento da pobreza, queda no poder de compra, desmonte de políticas públicas e ataques às servidoras e aos servidores públicos, especialmente às universidades.
O governo argentino alega que os cortes são necessários para equilibrar as contas públicas e conter a inflação. No entanto, os sindicatos denunciam que o custo dessas medidas econômicas recai sobre a classe trabalhadora e as camadas mais pobres da população.
Segundo dados da CGT, durante o governo Milei, 134 mil postos de trabalho foram eliminados no setor privado e 51 mil no setor público. Além disso, cerca de 900 mil crianças deixaram de receber benefícios sociais voltados à proteção da infância. A confederação também aponta uma perda de 5,47% no poder aquisitivo das assalariadas e dos assalariados, aprofundando ainda mais a crise social.
Novos protestos
A Federação de Docentes e Pesquisadores Universitários da Argentina (Conadu Histórica) convocou uma greve de 48 horas para a semana de 23 de abril, coincidindo com a data da Marcha Nacional em Defesa das Universidades Públicas, realizada em 2024. As greves fazem parte do plano de ação do sindicato, que exige a reabertura imediata das negociações salariais, encerradas pelo governo.
Com informações da Telesur e Conaduh Histórica
Leia também
Governo Milei reprime violentamente manifestação em defesa da aposentadoria na Argentina