A deputada federal Talíria Petrone (PSol/RJ) sofreu gravíssima ameaças de morte e de restrição de suas liberdades políticas. Os textos enviados ao e-mail institucional do mandato da parlamentar continham mensagem de cunho racista, que atentavam contra a vida de Talíria, citavam sua rotina e de seus filhos e cobravam que ela renunciasse ao seu mandato e à pré-candidatura à prefeitura de Niterói (RJ). As ameaças foram denunciadas por Talíria na segunda-feira (29), via rede sociais.
Em nota, o ANDES-SN prestou sua completa e incondicional solidariedade à deputada. “Talíria Petrone, por meio de seu mandato parlamentar e sua trajetória militante, sempre se engajou em prol dos interesses das trabalhadoras e dos trabalhadores, oprimidas e oprimidos, cumprindo um papel indispensável no impulsionamento na Câmara dos Deputados, das pautas do conjunto de nossa classe. Foi, inclusive, uma das signatárias, de primeiro momento, do manifesto encampado pelo ANDES-SN em solidariedade e endosso às pautas da greve docente federal impulsionada no primeiro semestre desse ano”, afirmou, em nota, o Sindicato Nacional.
“O caso não é uma exceção, e revela um modo de agir das hordas neofascistas em nosso país. Recentemente, foi preso o responsável por ameaças de morte e estupro anônimos às deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL), Beatriz Cerqueira (PT) e Lohanna França (PV), todas de Minas Gerais. A vereadora Iza Lourença (PSOL-BH) também foi vítima, no último período, de reiterados ataques. Não podemos nos calar diante de tamanha violência política que se coloca contra a companheira, pelo que lançamos nossa integral solidariedade a si e sua família”, acrescentou a entidade, cobrando rápida apuração do caso e responsabilização do autor da mensagem. Confira a nota.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro já abriu um inquérito, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). As investigações estão sob sigilo. A Polícia Federal e o Ministério Público também foram acionados pela deputada.
Em suas redes, Talíria classificou as ameaças como um ataque à democracia e declarou que a divergência faz parte da política, mas que a violência não pode ser tolerada. "Tenho um recado muito firme para dar a esse criminoso e a qualquer pessoa que ouse me intimidar, intimidar qualquer mulher na política, qualquer pessoa negra na política: nós não vamos recuar. Nós vamos dobrar nossa força", afirmou.
Ela também fez uma convocação à população. "Nunca foi tão importante apoiar candidaturas de mulheres negras. A gente precisa de paz na política e não há paz enquanto mulheres e pessoas negras não puderem fazer política em paz", ressaltou Talíria.