Por maioria, as e os docentes da Universidade de São Paulo (USP) decidiram por suspender a paralisação, reafirmando o apoio ao movimento estudantil. A deliberação foi aprovada em assembleia realizada na última terça-feira (10). A categoria estava paralisada desde 26 de setembro, em apoio à pauta da greve estudantil, iniciada no dia 21 do último mês.
Também foi aprovada a continuidade da mobilização por meio de campanha denunciando a política de contratação docente, que implica concorrência entre unidades, departamentos e/ou grupos de docentes; a continuidade da divulgação de dados sobre a perda de docentes, com estudo sobre transferência de claros das humanidades para outras áreas; a divulgação de declaração da assembleia chamando a atenção da categoria sobre as consequência de tal política; e envio de carta à Reitoria (leia aqui) contendo balanço dos avanços obtidos pelo movimento estudantil, apontando a persistência de problemas que devem ser sanados e instando a Reitoria a receber a Associação de Docentes da USP – Adusp Seção Sindical do ANDES-SN.
Em declaração ao corpo docente, a assembleia geral da Adusp SSind chama a atenção para as graves consequências da política de competição entre unidades por claros docentes, implantada por meio dos mal chamados “editais de mérito”.
“Além disso, é importante posicionar-se também em relação à distribuição dos claros docentes, de modo a, de fato, fazer com que estes cheguem aos departamentos ou órgãos equivalentes e áreas/especialidades, de modo a preencher as vagas decorrentes de falecimentos, aposentadorias e exonerações”, afirma a nota da assembleia.
Greve estudantil continua
Em assembleia na última quarta-feira (11), estudantes aprovaram a continuidade da greve na USP. Após a última rodada de negociação, a Reitoria divulgou uma nova ata, assinada pelo próprio reitor, na qual são explicitados ou ampliados certos compromissos que havia assumido em 4 de outubro, especialmente no tocante às reivindicações de permanência estudantil, tais como a distribuição de bolsas do Programa Unificado de Bolsas (PUB) e o fornecimento de refeições nos restaurantes universitários. Outros compromissos incluem a implementação de comissões de Acesso e de Verificação Indígena.
No entanto, a reitoria rejeitou duas reivindicações cruciais, tanto do movimento estudantil quanto das assembleias da Adusp SSind., a reposição imediata de todas as vagas docentes decorrentes de aposentadorias, falecimentos ou exonerações (“gatilho automático”), e a revogação do chamado “processo competitivo”, mediante o qual a contratação de docentes é subordinada à aprovação de projetos apresentados pelas unidades.
A greve estudantil será mantida, pelo menos, até quarta-feira (18), quando está agendada uma nova assembleia. Até lá, estão previstas várias atividades de mobilização.
*com informação da Adusp SSind.