O Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual Vale do Acaraú (SindiUVA - Seção Sindical do ANDES-SN) denunciou na última sexta-feira (20) a situação de sucateamento da UVA e total abandono do Centro de Ciências Humanas (CCH) da instituição, no campus do Junco, na cidade de Sobral (CE).
De acordo com a entidade, há anos o campus necessita de uma grande reforma, o que é uma reivindicação histórica dos movimentos docente e discente, e já foi pauta importante de greves e mobilizações ocorridas na última década. “Depois de muitas lutas pelo que deveria ser o ‘Novo CCH’, finalmente, a reforma conquistada foi anunciada pelo governo Camilo Santana. Porém, desde fevereiro de 2019, após quase três anos do início da reforma que deveria ter durado 180 dias, conforme placa da obra no local, o campus está totalmente abandonado”, denunciou o SindiUVA SSind. em nota à comunidade.
A nota detalha a situação precária em que se encontra o prédio e em que trabalham os dois funcionários, um servidor da segurança e outro terceirizado, que estão atuando no campus, durante a pandemia. Conforme o sindicato, não há água para a higiene, nem para beber, não há ventilador para os guardas que se revezam (um por dia) no local. Apenas uma parte do conjunto de prédios conta com energia elétrica, deixando o campus totalmente sem iluminação à noite. Além disso, vários equipamentos de trabalho e estudo, a biblioteca e seu acervo, documentos históricos raros, muitos deles do século 18, estão sendo corroídos pelas intempéries, pelo abandono e pelo descaso.
O SindiUVA SSind. finaliza o documento conclamando toda a sociedade cearense a apoiar a luta em defesa da UVA e, em especial, do seu Centro de Ciências Humanas, abandonado pelas autoridades públicas responsáveis pela obra inacabada e pelos danos causados ao Patrimônio Material e Intelectual do estado do Ceará. “Reitor Fabianno e governador Camilo Santana, queremos o CCH-campus do Junco de volta e totalmente recuperado. Exigimos providências, já!”, cobra o sindicato.
Sambara Paula Ribeiro, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN, explica que a situação das universidades estaduais do Ceará e, em especial do campus Junco da UVA, já estavam precárias antes mesmo de março de 2020. “Houve um contingenciamento de gastos por parte do governo do Estado em relação aos recursos a serem investidos na obra antes mesmo da pandemia. Mas, certamente, a pandemia, com aulas remotas, impediu uma reação maior dos professores e estudantes diante da situação, contribuindo pra invisibilidade do abandono do Campus”, afirma.
Segundo ela, a nota do SindiUA SSind. teve repercussão no estado, o que levou a reitoria a se manifestar acerca da situação. “A reitoria diz que a empresa abandonou a obra e, antes disso, informou à administração que iria solicitar o "destrato dos contratos". E a reitoria disse que informou o fato, oficialmente, ao órgão do governo responsável pela obra”, acrescentou.
Nota da reitoria
A reitoria da UVA se manifestou após a denúncia do sindicato de docentes, informando que comunicou, em três diferentes oportunidades, aos órgãos responsáveis do governo do Ceará o rompimento do contrato e solicitou providências urgentes para a conclusão das obras, iniciadas em 2019. No entanto, a situação ainda não foi encaminhada.
Fotos: SindiUVA SSind.