Docentes das estaduais da Bahia realizam nova paralisação nesta quarta-feira (11)

Publicado em 10 de Setembro de 2024 às 15h52. Atualizado em 10 de Setembro de 2024 às 15h56
Assembleias docentes debaterão deflagração da greve no próximo dia 16 de setembro

Nesta quarta-feira (11), docentes das quatro universidades estaduais da Bahia paralisarão as suas atividades em todo território baiano, com um ato unificado na capital Salvador. A concentração da manifestação será no Campus I da Universidade do Estado da Bahia – Uneb, a partir das 6h30.  Aprovada nas assembleias das universidades, a paralisação é parte da luta da categoria por um plano de recomposição salarial, uma das pautas que está em discussão com o governo do estado. 

A negociação sobre o reajuste já se encontra no quarto ciclo de discussão e, durante a paralisação, a partir das 15h, ocorrerá uma nova reunião do Fórum das Associações Docentes (ADs) com o governo na Secretaria de Educação (SEC). O Fórum das ADs reúne as seções sindicais do ANDES-SN das quatro instituições – Adusc SSind., Aduneb SSind., AdufsBA SSind. e Adusb SSind.

Também já está prevista, no calendário de mobilização docente, a realização de assembleias em todas as universidades no dia 16 de setembro, para a discutir sobre deflagração de greve.

Histórico do impasse
Desde o mês de abril, o Fórum das ADs tenta negociar com o Executivo baiano um plano de recomposição salarial. O governo só cedeu à mesa de negociação após a decisão das assembleias docentes pelo indicativo de greve, aprovado em junho.

A proposta de reajuste salarial do movimento docente é de três parcelas de 5,5%, em janeiro/2025, janeiro/2026 e dezembro/2026, totalizando 17,42% em dois anos (2025 e 2026), com respeito à data-base em janeiro. 

A proposição dos professores é fruto das discussões em assembleias e considera as previsões de inflação para 2024 e 2025 do Boletim Focus, correspondendo a um ganho real, acima de inflação, de 4,1% ao ano, com respeito a data-base de janeiro. 

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), docentes das universidades estaduais acumulam uma perda salarial de 35% desde 2015. Confira o documento com a proposta do movimento docente na íntegra: https://www.forumdasadsba.org/pagina/noticias_interno/420

As últimas rodadas de assembleias foram marcadas pelo rechaço da categoria a todas as propostas de reajuste do governo por considerá-las insuficientes. A nova atualização da proposta do governo para o movimento docente consistiu em três parcelas de reajuste salarial de 5,7%, nos meses de janeiro/2025, janeiro/2026 e dezembro/2026, respectivamente, como acordo salarial para os anos de 2025, 2026 e 2027, o que significa um ganho real de apenas 1,15% ao ano. Isso soma, de acordo com os cálculos do movimento docente, ganho real somente de 3,5% em três anos, caso as inflações de 2024, 2025 e 2026 fiquem na referência do atual teto da meta inflacionária do Banco Central. 

Ainda de acordo com os cálculos do movimento docente, se a inflação dos anos de 2024 a 2026 ficar dentro das previsões do último Boletim Focus, a nova proposta representa apenas 5,2% de ganho real entre 2025 e 2027, ou seja, 1,7% ao ano de ganho real.

“O nosso histórico é de muitas perdas e, na disposição de negociar, já flexibilizamos e muito a nossa proposta de índice de reajuste salarial, principalmente se considerarmos todo o cenário e números levantados pelo DIESSE. Mas o que está sendo imposto pelo governo à nossa categoria são condicionantes que nos desrespeitam e desvalorizam.” explicou Marcelo Lins, presidente da Adusc SSind. e coordenador do Fórum das ADs.

Vai ter greve?
A avaliação das diretorias das Associações Docentes é que ter greve ou não depende do governador. “Com as propostas colocadas em mesa até agora o que está posto é que o governador está nos empurrando para a greve. Queremos uma proposta razoável. Esperamos avançar no dia 11 de setembro, mas as nossas assembleias já debaterão no dia 16 de setembro a pauta da deflagração da greve. As assembleias que definirão os próximos passos acontecerão no mesmo dia em todas as universidades estaduais baianas”, reafirmou Lins.

Fonte: Fórum das ADs, com edição do ANDES-SN

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