Após quase um ano e meio de tentativas de diálogo com o governo de Ronaldo Caiado (União) em Goiás, as e os docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG) foram informados que não há um plano de carreira a ser apresentado para a categoria e caberá a elas e eles elaborarem uma proposta de minuta para um novo plano.
A informação foi dada na última sexta-feira (05). Durante o dia, ocorreram duas reuniões com representantes do governo. A primeira ocorreu na Reitoria, em Anápolis, na qual a diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (Adueg-Seção Sindical do ANDES-SN) participou de uma reunião administrativa. Esta contou com a presença do secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, além do reitor, pró-reitores e membros do Conselho Superior Universitário da UEG.
No encontro, o secretário-geral apresentou uma proposta de tabela salarial que, na avaliação das e dos representantes da Adueg SSind, trata-se de números defasados, não correspondentes à realidade e aquém dos direitos das e dos docentes. O representante do governo explicou que o estado de Goiás trabalha com o limite de teto de gastos, devido à sua adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
No final da tarde, foi a vez do secretário de Estado de Administração, Francisco Sérvulo Freire, se reunir com o Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo estudo da reestruturação do Plano de Carreira das e dos Docentes da UEG para detalhar a tabela salarial apresentada durante a manhã. Sérvulo concordou que não há problemas em revisar a base de cálculo para evitar perdas na implementação do novo plano, conforme solicitado pela seção sindical do ANDES-SN. O presidente da Adueg SSind, Marcelo Moreira, e a diretora Divina Lunas participaram da discussão, que ocorreu na sede da administração pública estadual em Goiânia.
Em assembleia-geral realizada na segunda de manhã (8), as e os docentes da UEG rejeitaram a proposta da tabela salarial apresentada pelo governo. O GT, composto por membros da Adueg, dois representantes do Conselho Universitário e dois técnico-administrativos que organizam a questão dos encaminhamentos, se reuniu na segunda (8) e na terça (9) e elaborou uma proposta de minuta para o plano de carreira e um recálculo, que inclui várias simulações a partir da tabela encaminhada pelo governo.
“O governo se negou o tempo inteiro a nos apresentar uma proposta que ele disse que tinha. Na verdade, a proposta era a tabela de remuneração, uma nova estrutura de classes, completamente diferente da nossa, padrão com as outras estruturas administrativas do estado e com perdas significativas no que se refere aos rendimentos. Então, a gente está reestruturando essa tabela e já elaboramos a minuta de lei para o novo plano de carreira”, disse Marcelo Moreira, presidente da Adueg SSind.
Nessa terça-feira (9), a minuta do plano de carreira, juntamente com a nova tabela de vencimentos, será entregue ao governo para que seja iniciado o processo de aprovação no Legislativo e subsequente sanção. Devido ao período eleitoral, esse prazo se encerra no dia 30 de abril.
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