O reitor interventor da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Janir Alves Soares, segue com posturas autoritárias na gestão da instituição. Recentemente, em reunião realizada no dia 26 de maio, se recusou a esclarecer questionamentos acerca de pontos da pauta da reunião do Conselho Universitário (Consu).
Soares, enquanto presidente do Consu, também rejeitou a inclusão, na pauta, de itens previamente acatados pelos demais conselheiros, contrariando as normas da UFVJM. Entre os assuntos recusados, estava a discussão da verificação de possíveis irregularidades praticadas sob responsabilidade do atual reitor.
Segundo nota divulgada pelas entidades representativas da comunidade acadêmica, pouco antes do encerramento da reunião, o reitor negou a questão de ordem apresentada por uma conselheira, contrariando, de forma reiterada, o rito processual ordinário do Conselho Universitário e o Regimento da UFVJM. Soares encerrou a reunião sem conceder direito de fala aos conselheiros e os ameaçou, novamente, com medidas administrativas cabíveis.
Para as entidades, a postura do gestor da instituição representa um ataque à autonomia universitária, viola a transparência e publicidade de atos administrativos e busca implementar práticas autoritárias na universidade pública.
De acordo com a Associação dos Docentes da UFVJM (Adufvjm – Seção Sindical do ANDES-SN), o comportamento é recorrente, e se intensificou a partir do segundo semestre do ano passado. “As proposições da reitoria não são discutidas nos espaços devidos da universidade e, quando questionada, em vez de abrir diálogo, a reitoria tem reagido de forma autoritária e misógina, com ameaças de processos administrativos, postura bem característica do bolsonarismo”, afirma a seção sindical do ANDES-SN na UFVJM.
Diante da situação, a Adufvjm SSind realizou assembleia extraordinária e instituiu uma comissão de defesa dos docentes, para produzir material que oriente a categoria acerca da caracterização do assédio moral, como reunir provas e denunciar os casos. A entidade também irá realizar um seminário para debater o assédio na universidade com a participação da assessoria jurídica.
Intervenção
Desde agosto de 2019, a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri está sob intervenção do governo Bolsonaro. O atual reitor, Janir Alves Soares, não teve sequer 6% dos votos da comunidade acadêmica. A gestão interventora é autoritária, esvazia os conselhos e os órgãos colegiados, além de não cumprir as decisões do Conselho Superior, tomando decisões individuais.