O Fórum das Três, que reúne as seções sindicais do ANDES-SN nas universidades estaduais cearenses (Sinduece, Sindurca e Sindiuva), conquistou a reabertura da mesa de negociação com o governo do Ceará, ainda sem data definida da primeira reunião. Na mesa deverá ser discutida a contraproposta apresentada aos representantes do governo no último dia 4 de junho.
A garantia da retomada do diálogo acerca das reivindicações das e dos docentes veio após uma audência com parlamentares Missias Dias, Guilherme Sampaio, Larissa Gaspar e uma representação do deputado Renato Roseno, na Assembleia Legislativa, nessa terça-feira (11). “Ontem, nós realizamos um grande e significativo ato em frente à Assembleia Legislativa, que contou com a participação das três seções sindicais das universidades estaduais do Ceará, a Regional Nordeste I do ANDES-SN e do movimento estudantil. A retomada da mesa de negociação e a reabertura de diálogo, após mais de 40 dias da última mesa de negociação, que foi realizada no dia 30 de abril, é um avanço", avaliou Raquel Dias, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN e docente da Universidade Estadual do Ceará.
Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) estão em greve há mais de 60 dias. Já a categoria da Universidade Regional do Cariri (Urca) suspendeu a paralisação, mas continua no processo de mobilização.
De acordo com Raquel, o ato também teve como objetivo denunciar as falas do governador Elmano de Freitas (PT), nas redes sociais e também em jornais de grande circulação do estado, afirmando que professoras e professores das universidades recebiam em média R$ 14 mil. O discurso de Elmano representou um ataque à carreira e ao direito de greve, na avaliação do movimento grevista. Na reunião, parlamentares manifestaram que o governador considera que fez uma fala infeliz.
“O governador criou uma falácia, uma vez que essa não é a realidade da maioria das e dos docentes. A categoria no topo da carreira não ganha esse salário, na verdade a maioria não recebe, ainda mais se considerar o desconto do INSS, que é de 14%, desconto de imposto de renda, o salário líquido não chega nem perto desse valor, sendo que professores e professoras das universidades hoje ganham menos do que os da rede básica”, destacou a 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional.
Conforme Raquel, equiparar os salários dos e das docentes das universidades aos dos professores e das professoras da educação básica é, inclusive, reivindicação das categorias da Uece, UVA e Urca. Confira aqui vídeo com relato da reunião.