A Resgate IV, maior operação da história do Brasil, resgatou na última semana 593 trabalhadores e trabalhadoras em condições análogas à escravidão no país. A força-tarefa envolveu diferentes órgãos públicos, em 15 estados e no Distrito Federal, no período de 19 de julho a 28 de agosto. Foram empregadas 23 equipes de fiscalização e realizadas 130 inspeções.
O número total de resgatados representa um aumento de 11,65% em relação ao ano passado, quando 532 trabalhadores foram libertados. O resultado da operação foi apresentado na última quinta-feira (29) pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), Público do Trabalho (MPT) e Público Federal (MPF); além das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) e da Defensoria Pública da União (DPU).
A ação acontece anualmente e tem como referências o Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, instituído em 23 de agosto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco); bem como a data de falecimento de Luís Gama (24 de agosto de 1882), patrono da abolição da escravidão do Brasil.
Minas Gerais teve o maior número de resgates, com 292 trabalhadores, seguido por São Paulo, com 142, e Pernambuco, com 91. O Sudeste concentrou 75% das vítimas. Também houve resgates em outros dez estados e 16 pessoas foram presas em flagrante. A operação levou à abertura de mais 33 investigações, totalizando 482 inquéritos policiais em todo o Brasil.
Do total de trabalhadores e trabalhadoras em condições análogas à escravidão no país, 16 eram crianças e uma senhora de 94 foi resgatada em Mato Grosso, sendo a pessoa mais idosa até o momento. Entre os estrangeiros, estão bolivianos, argentinos e paraguaios, que poderão retornar a seus países ou permanecer no Brasil.
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas pelo Disque 100 ou pelo site ComunicaPF.
* Com informações do Brasil de Fato