Na noite de segunda-feira (20), o governador baiano Rui Costa (PT) nomeou Evandro do Nascimento reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Amali Mussi foi nomeada vice-reitora. A decisão aconteceu tardiamente e após intensa cobrança do comando de greve dos professores da universidade. A nomeação deveria ter sido divulgada no Diário Oficial do Estado (DOE) até a última quinta (16).
Em protesto pela vacância dos cargos, os docentes da Uefs ocuparam o gabinete da reitoria e transferiram as atividades do comando para aquele local. A mobilização começou no dia 16 de maio e teve ampla cobertura da imprensa. Os professores da Uefs estão em greve há 42 dias, em conjunto com os professores das outras Universidades Estaduais da Bahia (Ueba).
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Prejuízos da nomeação tardia
O último dia do mandato da gestão anterior venceu em 15 de maio. A ausência de Evandro do Nascimento no cargo de reitor da Uefs prejudicou a comunidade acadêmica.
Por conta da nomeação tardia, nesses dias não houve: assinatura de contratos e de convênios, o que inclui serviços e compras; atos referentes a pessoal, como as licenças médica e prêmio e as nomeações em cargos; emissão de pagamentos bancários, a exemplo do pagamento das bolsas estudantis, de mestrado e de doutorado.
Além da perda acadêmica há o prejuízo político. Ao não nomear o reitor eleito pela maioria dos votos da comunidade, o governador ataca a autonomia da universidade e o processo democrático eleitoral.
O comando de greve dos professores da Uefs decidiu, como forma de protesto, transferir as reuniões do grupo para o gabinete da reitoria. A decisão ocorreu por entender que a autonomia universitária deve ser respeitada.
As atividades ocorreram no prédio da administração da universidade do dia 16 de maio até segunda-feira (20). Ainda na segunda (20), também como forma de protesto, os docentes realizaram a assembleia no hall da reitoria.
Breve histórico
A posse de Evandro do Nascimento e Amali Mussi estava marcada para 16 de maio.
Há pelo menos 16 anos, o Conselho Superior da universidade (Consu) envia ao governo estadual documento informando os nomes dos dois candidatos mais votados aos cargos de reitor e de vice para nomeação.
Este ano, no entanto, o governo estadual exigiu a lista tríplice com os nomes dos três candidatos mais votados para cada cargo.
Fonte: AdufsBA-SSind.
Edição de ANDES-SN. Imagem de AdufsBA-SSind.